O suficiente é o bastante

14 de Janeiro de 2016
Valdete Braga

Valdete Braga

Um amigo perguntou-me quais foram as minhas resoluções de Ano Novo, e só então eu tomei consciência de que não havia feito nenhuma. Ele se espantou, afinal essa tradição é mais velha do que todos nós. Na verdade, até eu mesma me surpreendi por não ter pensado nisto, este ano. Mas isto é bom. Quando chegamos a um ponto em que não precisamos listar resoluções de vida, significa que ela já chegou nos eixos. É claro que sempre temos o que aprender e como mudar. A vida não é estática e simplesmente parar significa estagnar-se nela. Mas é muito bom quando vencemos a fase das listinhas de tenho de fazer isto, não posso fazer aquilo. Significa tranqüilidade e Paz. Prá que mais?

Só uma coisa ainda me incomoda um pouco e preciso vencer em 2016: a famosa correria. Tornou-se geral, a humanidade se acostumou a correr, e ninguém escapa. Na verdade, o mundo corre. Chegou a hora de colocarmos o pé no freio e seguirmos em frente com mais calma e tranqüilidade, confiantes de que chegaremos do mesmo jeito e no mesmo lugar. Uma pessoa hoje, outra amanhã, dez depois de amanhã, cem no mês que vem, e quem sabe no final de 2016 quantos chegarão mais calmos? Obviamente, primeiro rezando para conseguirmos chegar, e segundo nos policiando para diminuir os passos.

O mundo não vai fugir e a vida seguirá o seu fluxo natural, estejamos desesperados em busca não sei de quê ou sigamos dentro da simplicidade que ela nos ensina. A vida é simples, sim! Nós é que colocamos tanta coisa nela, que depois não damos conta de manter. Não quero muito nem pouco, quero o suficiente. Quem tem muito, quer sempre mais, e quem tem pouco precisa lutar, o que é seu direito, para alcançar o suficiente.

Viver com o suficiente é o ideal. Por suficiente entenda-se educação, saúde, trabalho, laser. Suficiente é o que nos permita uma boa qualidade de vida, sem exageros e sem falta. Sem ninguém esbanjando dinheiro e sem ninguém passando fome. Com filhos nas escolas e pais em um trabalho digno. Com bandidos na cadeia e cidadãos de bem livres. Com segurança dentro de casa e nas ruas. Refeições nas horas certas, um teto a nos abrigar, um trabalho que nos renda um salário digno para nos manter e a nossa família. Será pedir muito? Acho que não. Todos merecemos, se fizermos a nossa parte.

Não é preciso muito para ser feliz. O suficiente basta, quando entendemos o real sentido de estarmos por aqui. Que todos tenhamos o suficiente em 2016, e que o que vier além disto, seja bem vindo e bem aproveitado, sem esquecermos do essencial: não estamos aqui por acaso. Façamos a nossa parte, que o Universo se encarrega do restante.

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