O Titanic, a corrupção e o Brasil

05 de Janeiro de 2018
João de Carvalho

João de Carvalho

SEMPRE busquei informações objetivas a respeito do Titanic, o navio considerado “inafundável” que, na verdade não tinha botes salva-vidas suficientes para os passageiros que somaram 1.503 mortos. Era imponente e elegante. A sua construção foi um empreendimento conjunto de J. Brice Ismay, presidente da White Star, Lorde W. James Pierre, presidente do estaleiro, em Belfast, na Irlanda. Bruce Andrews foi projetista do navio. O tempo de construção levou três anos, com mão de obra de catorze mil trabalhadores. Na época, em 1912, o Titanic era o maior objeto semovente do mundo tendo 268 metros de comprimento, 28 metros de largura e 18 metros de altura. Tinha capacidade para mais de 3.500 pessoas, mas levava naquela primeira viagem apenas 2.210 devido à uma greve dos carvoeiros.

A causa do desastre é bem conhecida: o Titanic se chocou com um iceberg (montanha de gelo), de lado e a toda velocidade, rompendo muitos compartimentos estanques. O buraco provocado foi tão grande que seis compartimentos ficaram totalmente cheios, condenando o navio ao naufrágio. O comandante, capitão Smith, obedeceu às ordens expressas do principal culpado, Sir Ismay. Este escapou da tragédia, acabou sendo responsabilizado por todo o desastre, mas viveu mais 25 anos permanecendo na direção executiva da White Star. A ganância e o orgulho foram bases da motivação da construção do gigante marítimo. Feito para o mar, submergiu nas suas águas.

O BRASIL, simbolizado pelo Titanic, mergulhou nas ondas do mar da corrupção, caminhando para a derrocada financeira e econômica, deixando seu povo honesto e sacrificado, à deriva! O Brasil chocou-se com a classe política, como o Titanic e o Iceberg. Saiu, entretanto, nosso país, com grande esperança de sobrevivência, apesar de superavariado em sua estrutura econômico-financeira.

O ano de 2017, com toda a rapidez, cheio de processos repletos de acusações contra centenas de políticos e administradores de empresas, muito deles já condenados por crimes contra o patrimônio e os recursos financeiros públicos, tornou-se o período de passagem do Brasil a limpo. Honra seja feita ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e aos Membros da equipe da “Lava Jato” pelo trabalho de apuração e condenação dos implicados na devassa econômico-financeira do Brasil. Os golpes foram tão sérios e ocultos, até então, que estremeceram a estrutura do País.

E o povo, cada vez mais oprimido pela roubalheira desenfreada, seria sufocado pela falta de recursos para a saúde, alimentação, segurança, moradia e trabalho digno. Enquanto isto, muitos representantes dos três poderes máximos da Nação aliados à empresários desonestos roubaram, desavergonhadamente, a Nação.

“O acidente fatal do Titanic levou à promulgação de numerosas leis marítimas, regulamentando a quantidade de botes salva-vidas, a sinalização de pedidos de socorro e a comunicação permanente entre navios”, naquela época.

AGORA, estamos assistindo “Um Juiz justo e corajoso e uma equipe de jovens procuradores implacáveis e determinados na aplicação da lei para todos, fizeram da Lava Jato um épico em movimento que está mudando o Brasil, superando a ficção mais delirante” (Nelson Motta, jornalista e escritor). O Brasil foi quase a pique. Esperamos que volte à tona para não ter o mesmo fim abissal do Titanic.

(Acesse: leiturahobbyperfeito.blogspot.com.br)

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