Ouro Preto faz campanha com recursos próprios

25 de Agosto de 2014
Jornal O Liberal

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*Paulo Carvalho

Até que a nova legislação sobre as doações para campanhas políticas entre em vigor, temos que conviver com os absurdos. A relação promíscua entre partidos políticos e o setor privado tem comprometido, de forma deletéria, o princípio da representatividade, colocando em risco o Pacto Federativo.

O atual modelo de doações de campanha criou e alimenta a pão de ló “hibridismos políticos” que em nada contribuem para a democracia. Hoje, no Congresso Nacional, pululam grupos de parlamentares que respondem, inequivocamente, por segmentos econômicos que votam sempre a favor de quem financiou as suas candidaturas.

A mobilização de candidaturas de deputados e senadores em torno de doações de pessoas jurídicas e de pessoas físicas são rotineiras. As votações no Congresso Nacional, antes de serem apreciadas pelo conteúdo, são colocadas à mercê desses “representantes”. Há, sem dúvida, uma inclinação em favor da ética da convicção em detrimento da ética da responsabilidade. Deputados e senadores estão mais preocupados com as suas reeleições e a satisfação dos seus pares do que com as demandas mais urgentes e emergentes da sociedade. Sim, eles estão convictos que devem apoiar os seus “mecenas”. E se omitem da responsabilidade de representar, de forma eficaz, a sociedade como um todo.

A reforma agrária, a reforma política, a reforma tributária, a redução da maioridade penal, a correção do royalty da mineração, dentre outras reivindicações da nação, esbarram na “boa vontade política” da bancada evangélica, da bancada do agronegócio, da bancada da bola, da bancada da construção civil, da bancada da mineração e das mais variadas bancadas que estão nos levando à bancarrota. E, para o nosso desespero, pasme prezado leitor, dependemos, até, da bancada do crime organizado. E os números não mentem: sete das dez maiores empresas doadoras de recursos financeiros para campanhas estão envolvidas em casos de corrupção.

A renovação do Congresso Nacional se faz urgente. Precisamos votar em candidatos que estão comprometidos em representar a nação brasileira. E não em grupos e segmentos econômicos hostis ao nosso pleno desenvolvimento. É preciso que escolhamos candidatos sérios, com perfis e propostas transparentes.

Sem um representante legítimo, da nossa terra, no Congresso Nacional, Ouro Preto está à míngua há décadas. A candidatura única de Gleiser Boroni a deputado federal ganha às ruas com força inconteste. E nos faz crer que podemos devolver ao nosso município a importância política, econômica, histórica e cultural que ostentou no passado. Independente de ideologias e de casuísmos insustentáveis, precisamos ser e estar na vanguarda das decisões de Minas Gerais e do Brasil.

Vamos nos unir. Vamos votar juntos no mesmo candidato. Vamos voltar a ser hegemônicos. Vamos nos dar um voto de confiança. Vamos votar em Ouro Preto. O futuro nos espera com esperança renovada.

*Paulo Carvalho é Publicitário, Cientista Social e Mestre em Literatura Brasileira.

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