Pedro Aleixo, um Bandeirante da Cultura

01 de Outubro de 2011
João de Carvalho

João de Carvalho

Mariana a tricentenária cidade da Região do Ferro, entre suas múltiplas conquistas, carregando a nobreza da 1ª cidade de Minas Gerais, de sede do 1° bispado, do 1º seminário, entre muitos outros de igual teor e valia, me parece grandiosa também por ostentar entre a sua nobreza, o nascimento de Pedro Aleixo, aos 31 de Agosto de 1.901.

Menino prodígio, viu refletir em sua pequenina, mas predestinada fronte, o brilho do sol que despertaria a semente para as grandes árvores que ornamentam a natureza virgem. Os anos passaram. O jovem é graduado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, com distinção! Tornou-se um grande artista da arte da advocacia, quer como defensor, quer como acusador de causas de grande repercussão social.

Em Itabirito, “brilhou o grande astro” quando acusou o assassino de Henrique Michel, benfeitor do Hospital São Vicente de Paulo. Amigo e protetor das Irmãs alcantarinas do Instituto Santo Antônio de Pádua, Isap, antigo e prestimado orfanato! Hoje, Educandário de alto prestígio, destacado pela sua atualização pedagógica. Nele, na sala de recepção podemos vislumbrar uma foto do notável jurista, como grata e merecida recordação.

O prestígio de Pedro Aleixo ultrapassou as fronteiras das cidades interioranas da Região do Ferro, para iluminar as cátedras, os tribunais e as cadeiras régias das políticas partidárias. Foi criador de partido político, vereador, deputado estadual e federal, secretário do estado de Minas Gerais, ministro, vice-presidente do Brasil, além de outras atribuições honrosas, como jornalista. Todas as funções desempenhadas com inteligência, dedicação, sabedoria e muito amor.

Em 1943 assinou o Manifesto dos Mineiros e notabilizou-se por suas virtudes cívicas e cristãs. Chamei-o Bandeirante por suas qualidades e seu sagrado berço “Bandeirantes”, distrito de Mariana. A ele dedico, com toda distinção, estas palavras do grande jurista mineiro, já falecido, Ariosvaldo de Campos Pires, um penalista de escol:

“Pedro era o homem da prova, o mergulhador dos autos, o escafandrista da verdade... assisti-o postulando perante o Tribunal do Júri. Tribunal que ele, democrata, reverenciava, defendendo-lhe a soberania. Impressionado pelo talento, pela precisão dos conceitos, pela rigorosa disciplina vernacular, pelo raro poder dialético. Perigoso no apartear e impiedoso no contra-aparte... nascera para a tribuna criminal. Ele foi realmente grandioso... suas aulas eram admiráveis. As frases, sempre longas, eram construídas com o lavor de filólogo... baixo, parecia de estatura gigante, quando de pé passava a expor... dominando como poucos a oratória, não perdia a serenidade mesmo nos momentos mais críticos do julgamento. Tudo isto era inato em Pedro. Ele transformou-se num mito de minha geração. Num monstro sagrado das gerações que não o conheceram ou não o viram atuar. No conjunto das vocações do grande Pedro Aleixo, a faceta que mais admirávamos era a do criminalista.”

Aqui, registro meu apreço pela grandeza deste Gigante da Tribuna criminalista.

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