Políticos não querem mudanças

29 de Setembro de 2017
Nylton Gomes Batista

Nylton Gomes Batista

O que se temia quanto ao sistema político vigente, parece que se confirma na sua manutenção, apesar de todo clamor da sociedade, que já se cansou de todo o mal que ele produz. Para tapear, estão a fazer alguns remendos que, praticamente, em nada o tornará melhor. Tanto podre quanto um trapo, esta coisa que aí está não aguenta remendos, não mais servindo nem como pano de chão. O sistema já deveria estar no lixo e, em seu lugar, algo mais coerente com os novos tempos, que se anunciam com a devassa na rede político-corruptiva instalada no poder.

Como consequência, configura-se uma incapacidade do Estado em bem gerir, gerando desconfiança e insegurança na sociedade, e pior, dando asas à bandidagem, que se levanta e avança, atrevidamente, sobre o estado de direito. O Rio de Janeiro (estado e, principalmente, a cidade) é o retrato gritante dessa situação. Corroído por governos corruptos, o Rio fragilizou-se moralmente, de onde veio a força com que traficantes e outros criminosos chegam a desafiar até as Forças Armadas em ações com características bélicas. Esse é o resultado de uma sucessão de erros por parte do Estado que, desde há algum tempo, desdenha ações em prol de populações em situação de risco e trata bandidos como bebês, com os quais há que ter cuidados ao extremo, na hora da punição por suas peraltices. Bandido é bandido que, respeitados os direitos fundamentais da espécie, não merece complacência e atenções especiais.

Quanto ao sistema político apodrecido, que gera grande parte desses males, o Brasil perde a oportunidade de substituí-lo, sem traumas, para as próximas eleições. É pena porque, em tempo de inovações proporcionadas por novas tecnologias, o mundo se transforma, prevendo-se para dentro em breve grande reviravolta no sistema financeiro internacional, segundo denúncia que vem de dentro do próprio. O ponto de partida pode ser uma próxima crise financeira. Seria interessante que o Brasil já estivesse preparado politicamente.

Mas, enquanto não vem a “reviravolta” de dentro do próprio sistema financeiro, de fora, ou seja, de parte da clientela, para não dizer vítima, a resistência contra o sistema já começou. Não se trata de resistência passiva, porém, prática e de forma a ocupar espaço que, ordinariamente, cabe a instituições financeiras. Cresce na internet, desde 2011, a rede MMM, já alcançando cento e dezoito países e cerca de duzentos e quarenta milhões de pessoas. Trata-se de uma rede de ajuda mútua, na qual os integrantes doam e recebem doações em valores, sem quaisquer interferências ou controle centralizado. A MMM não tem personalidade jurídica, não recebe dinheiro, não faz intermediação, mas disponibiliza estrutura mediante a qual quem quer doar se apresenta, indica o valor a ser doado e, do outro lado, apresenta-se quem necessita do valor oferecido. Trinta dias depois de concretizada a doação, à conta do doador já foram acrescidos trinta por cento de juros. Ele pode ter esse dinheiro mediante pedido de ajuda ou pode doá-lo todo, ou em parte, a outro solicitante. Ao fim do segundo mês terá mais trinta por cento acrescidos ao valor da segunda doação. Como se pode ver, trata-se da aplicação prática daquela máxima franciscana “é dando que se recebe”. Contudo, se São Francisco falava em caridade, doação sem segundas intenções, dessa rede não se pode dizer a mesma coisa!

Há riscos? Claro que há e o próprio sistema repete essa advertência, exaustivamente. Qualquer transação oferece riscos. A vida transcorre sob riscos, em todos os sentidos e sob aspectos diversos. Assim como há depoimentos convincentes de participantes, há críticas de fora. Interessante é que estas últimas, quase sempre, são patrocinadas por algum banco. As doações, para que alcancem qualquer país, devem ser feitas em bitcoins. Quando feitas em real, ficam restritas ao Brasil e podem demandar mais tempo para efetivação. Por essa razão, estimula-se a adoção do bitcoin.

Como se pode ver, não são indícios e, sim, iniciativas ainda modestas, em comparação com o quadro vigente, mas que podem ser determinantes em possível dobra da espinha do sistema financeiro internacional. Incrementados, praticamente à mesma época, porém sem qualquer conexão entre si, o bitcoin (moeda digital) e o MMM (sistema mútuo de assistência financeira) têm em comum algo inédito até hoje: mantêm-se destituídos de personalidade jurídica, ausência de controle central, nenhuma ligação com qualquer banco e também nenhum vínculo com qualquer governo. A essas novidades na área financeira, possibilitadas pela moderna tecnologia, falta se juntar uma revolução política, mediante abolição de todos os partidos, implantando-se então a democracia direta. PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!

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