Produza sua energia elétrica

09 de Dezembro de 2016
Nylton Gomes Batista

Nylton Gomes Batista

Um dos grandes dilemas enfrentados pela humanidade é a geração de energia, cujo consumo cresce a passos largos, seja na indústria/comércio ou em residências, onde mais e mais equipamentos e aparelhos se instalam a cada momento. A questão maior está na capacidade de geração, que se reduz à medida que cresce o consumo. As hidrelétricas, conhecidas fontes da chamada energia limpa, têm seu lado negativo nas grandes extensões de terras alagadas com prejuízos para a agricultura e ao meio ambiente, envolvendo aí a vida animal e a diversidade da flora, sem falar na alteração da paisagem, como foi o sacrifício das Sete Quedas na construção de Itaipu.

Chega um momento em que cessa a disponibilidade de pontos favoráveis à implantação de hidrelétricas e, em paralelo, expande-se a nova consciência ambiental, que as restringe, em favor da natureza e do patrimônio paisagístico.

Fala-se muito em tensão social decorrente do deslocamento de populações inteiras, para dar lugar aos grandes reservatórios e instalações das usinas, mas, na verdade, o ser humano é o que menos perde por ser mais adaptável a novas situações, graças à sua capacidade de raciocínio. Paradoxalmente, é também essa capacidade e o livre arbítrio de que é dotado, que tornam o ser humano em anjo e demônio, ao mesmo tempo, aflorando ora um, ora outro, conforme as conveniências e circunstâncias vividas. No caso dos afetados por barragens, ainda que adaptados e satisfeitos com a nova situação, há sempre os que, não afetados pelo drama, manipulam aqueles em proveito de suas ideias políticas; surgem, então, as tensões sociais.

Por outro lado, a espécie humana, estando em busca de soluções para suas aflições, sempre cria ou descobre alternativas, pondo fim a questionamentos atuais e empurrando para o futuro o surgimento de outros. É aqui que entra a energia fotovoltaica, produzida a partir da incidência da luz solar em painéis coletores. Ainda pouco explorada, a energia fotovoltaica pode ser a solução para muitos problemas, desde que haja vontade política e, consequentemente, investimentos na nova fonte de energia elétrica. Também esse sistema depende de grandes áreas para instalação dos painéis coletores, no caso de geração em larga escala. Mas isso é compensado com a geração por edícula, ou seja, por unidade construída, instalando-se os painéis no telhado. Contudo a geração em larga escala já chega ao Brasil, mediante projetos de geração solar flutuante, implantados na superfície dos reservatórios das hidrelétricas. Sem ocupar área útil em terra, esse sistema permite ampliar a oferta de energia sem gastar mais água. Outra vantagem está em aproveitar a mesma infraestrutura já instalada, não sendo necessários investimentos em transmissão ou em subestação, como se faz em outros projetos do gênero. Isso reduzirá ou mesmo eliminará a necessidade de funcionamento das usinas termoelétrica que, como se sabe, são altamente poluentes.

Mas, o que interessa mais de perto, a cada um, é a geração própria que permite a economia, segundo especialistas, em até noventa por cento nas contas de luz. Por enquanto, o custo da instalação é proibitivo para a maioria das famílias, algo em torno de 15 mil a 20 mil reais, mas à medida que a adoção do sistema se expandir, esse custo tende a cair. Independente disso, entretanto, qualquer pessoa pode obter, de forma gratuita, uma estimativa de quanto gastará em seu projeto. Basta acessar sunlution.com.br, para obter informações sobre o investimento necessário, tempo de retorno do valor investido, economia mensal e anual, se o espaço disponível é suficiente para gerar a própria energia. Também em portalsolar.com.br, qualquer pessoa pode obter três orçamentos gratuitos, mais todas as informações necessárias sobre o que é, como funciona como se instala o equipamento, além de cursos destinados aos que queiram empreender ou trabalhar na área. Por fim, uma informação animadora aos que decidem pela implantação do sistema em sua casa. Toda a energia excedente, ou seja, produzida mas não consumida, é lançada à rede da empresa distribuidora, que leva a crédito daquele seu consumidor.

Agora uma pergunta: quando plenamente explorado o sistema, em que se escorará o governo para justificar o horário de verão?

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