Quadro eleitoral em Minas já tem nomes em campanha

08 de Abril de 2014
Jornal O Liberal

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Mauro Werkema

O quadro eleitoral para o Governo de Minas Gerais ainda não está definido. Mas os candidatos certos já estão em plena campanha. Fernando Pimentel, ex-prefeito de BH e ex-ministro da Indústria e Comércio, do PT, já percorre o Estado em plena busca de votos. Tem como principal trunfo os apoios da presidente Dilma Roussef e do ex-presidente Lula, que certamente se engajarão na campanha, além do que já estão fazendo, inclusive com presença no Estado. Já no PSDB está também em busca de votos o também ex-prefeito de BH, Pimenta da Veiga, que cumpriu longa carreira política, como deputado e ex-ministro. Tem o apoio do senador Aécio Neves e é homem cordato, de boa conversa, embora tenha como desvantagem o fato de ter estado fora os últimos 20 anos, residindo e trabalhando em Brasília, período no qual não fez política em Minas Gerais.

Dois outros nomes ainda são colocados. No PMDB, dividido como sempre, conforme os interesses do momento, disputa a indicação para governador o senador Clésio Andrade, embora tenha a oposição do atual presidente do partido, o deputado Antônio Andrade, que acaba de deixar o Ministério da Agricultura, e que defende incondicionalmente o apoio imediato ao candidato do PT, Fernando Pimentel, repetindo o acordo existente, a nível federal, entre o seu partido e o da presidente Dilma, que precisa desta coligação para fortalecer-se na disputa por um segundo mandato na Presidência da República. O debate no PMDB é intenso.

Fala-se ainda no nome do atual prefeito de BH, Márcio Lacerda, do PSB, nome forte, mas que não se define. O prazo máximo de definição é 5 de abril, então, logo haverá uma conclusão. Márcio, nome forte, com fama de bom administrador, com um imenso programa de obras em BH, com destaque para o BRT/Move, novo sistema de transporte coletivo de BH, já relutou várias vezes em lançar-se, embora tenha recebido vários convites de todos os partidos. Mas, tem várias dificuldades: teria que apoiar o candidato do PSB, Eduardo Campos, mas tem vinculações com Aécio Neves e se diz amigo pessoal de Fernando Pimentel, que o apoiou na sua primeira eleição para a Prefeitura de BH. E precisa de recursos do Governo Federal para concluir vários projetos em BH e não pode romper, neste momento, com o Governo Federal.

No mais, todos sabem que a situação do Governo de Minas é dramática, do ponto de vista financeiro. A dívida confessada se aproxima dos R$ 80 bilhões, com juros mensais acima de 10%. E a arrecadação prevista para este ano, assim como foi em 2013, não permite perspectivas mais otimistas. Minas mantém-se presa ao minério de ferro, café e exportação de automóveis como ítens principais de sua pauta de exportação e de geração de receitas tributárias. E com uma grande folha de pagamento de pessoal. Com alta taxa de criminalidade e inúmeros problemas de gestão em setores importantes, como educação, saúde, área ambiental, o governo do Estado é hoje um peso elevado, como tem confessado o próprio governador Antônio Anastasia, que deverá ser o candidato ao Senado.

Teremos, neste contexto, uma campanha acirrada em Minas, não só para o Governo do Estado mas também para a Presidência da República. Dilma e Aécio vão disputar os votos dos mineiros em todos os cantos. Embora as pesquisas comprovem o favoritismo de Aécio no seu Estado, preocupa ao PSDB o percentual obtido por Dilma, nascida em BH e que tem visitado Minas constantemente, trazendo recursos e autorizado obra, usando os grandes recursos de que o Governo Federal hoje dispõe. E teremos ainda a campanha para parlamentares, deputados federais e estaduais, em que os eleitores devem estar atentos, pois todos sabemos que é indispensável renovar a representação na Assembleia e no Congresso Nacional. Temos hoje uma das piores representações, com deputados descompromissados com os verdadeiros interesses da sociedade, preocupados com benesses governamentais. É hora de renovar para que possamos renovar a esperança de termos um Poder Legislativo atuante, independente, honesto, ao lado do povo e com ação competente na elaboração de novas leis e fiscalização do Poder Executivo, o que não fazem no momento. Com dois mandatos de Aécio e um de Anastasia, Minas está há 12 anos sob o comando administrativo e político do PSDB. Se continuará, as urnas vão decidir.

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