Quando o silêncio denuncia desperdício

12 de Agosto de 2016
Jornal O Liberal

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Por muito que alerte sobre a crescente redução dos mananciais de água, especialmente nesta época do ano, e muito se denuncie seu desperdício por parte de alguns, o abuso no consumo continua como se tudo estivesse bem, todos abastecidos da necessária água. Residentes nas partes mais altas sofrem com a falta d’água, porque esta se esvai por mangueiras, nos pontos mais baixos, a título de abafar a poeira da rua ou lavar áreas calçadas, quando há outras formas de manter limpas tais áreas. Há pessoas que, infelizmente, não se dão conta de que a água não mais é produto abundante, há cinquenta, sessenta anos; tão abundante que se a considerava inesgotável na natureza.

Talvez até fosse quase inesgotável, se o mau uso dos recursos naturais, ao longo do tempo, não reduzisse sua quantidade e qualidade, incluindo-se sua poluição direta com o lançamento de lixo e resíduos de toda natureza. Mas se ao consumidor cabe um puxão de orelhas pelo mínimo cometido, que é deslealdade para com seu semelhante, ao poder público pode caber mais de um pela imprevisibilidade, por obras mal executadas, por serviços mal administrados e pela falta de fiscalização. Crê-se que desperdício público seja tão somente por vazamentos aqui e ali, não contidos pelo serviço de abastecimento e manutenção.

Durante o dia, devido ao barulho, nada é percebido, além dos ditos vazamentos. Entretanto, basta sair à noite e rondar algumas bocas-de-lobo, para ouvir água a jorrar, ininterruptamente. A rede de águas pluviais, que deveria receber tão somente enxurradas, por ocasião das chuvas, teve a ela ligados, irresponsavelmente, muitos pontos de esgoto doméstico, por falta de fiscalização e de pronto atendimento a solicitações. Agora, constata-se que água, não se sabe de onde nem porque, corre livremente, por onde deveria estar seco. Conclui-se que, na verdade, falta é boa distribuição do precioso líquido!

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