Quem tem pressa come quente e cru!

14 de Janeiro de 2016

Jornal O Liberal

Em se tratando de engordar a arrecadação, o poder público tupiniquim faz de tudo, milagres e até o absurdo. A bufunfa do contribuinte, colocada sob a mira da máquina arrecadadora, tem de ser recolhida de qualquer maneira, ainda que se contrariem as leis da natureza; e, os detrans, em todo o país, são pródigos nas artimanhas arrecadatórias, que enriquecem o anedotário folclórico nacional. De tudo já se viu e ainda se vê: veículos “internados” para reformas, em oficinas, e multados longe de seu município de matrícula; duas multas, quase à mesma hora, em locais separados por quilômetros de distância; multa aplicada em veículo após sua baixa realizada no sistema. É claro que, em todos os casos, o proprietário tem direito a recurso, podendo se livrar de multas indevidas. Mas o tupiniquim não é muito chegado a reclamações oficiais. Reclama, sim, e xinga o governo e autoridades do setor, com direito ao uso de todos os palavrões do vocabulário mais sujo, mas se lhe pedem a denúncia ou reclamação por escrito, ele sai pela tangente e prefere pagar. A burocracia, por sua vez, é tão maçante que o contribuinte pensa, “alguns caraminguás a mais ou a menos” não me fazem diferença, mas o incômodo e o tempo perdido, sim! É disso que a máquina de sugar taxas e tributos se vale. Ela cobra a torto e direito; se colar é dinheiro que entra. Se não colar, paciência! Mas, essa ganância, de vez em quando, dá com os burros n’água! O Detran do Paraná, pelo jeito, perdeu dinheiro com o lançamento do IPVA, a menos que tenha sido criada e instalada a máquina do tempo, para uso do contribuinte. O imposto lançado nos primeiros dias de janeiro tem o dia de vencimento em dezembro do ano passado. Descoberta a grande besteira, apressam-se, pelas redes sociais, em alertar os contribuintes para que não paguem porque se trata de fraude. Fraude? Qual fraudador cometeria esse erro, sabendo-se que o sistema não processa cobrança com data retroativa?