Repúblicas Estudantis II

05 de Dezembro de 2011

Jornal O Liberal

Flávio Andrade

Minha carta sobre as repúblicas cumpriu o seu papel. Muita gente entrou na discussão e ela ficou mais rica. Recebi dezenas de manifestações por e-mails, telefonemas, pessoas me parando na rua. Alguns contra, outros a favor.

Foram dois os questionamentos que mais recebi. Primeiro, que eu estava generalizando, indo contra todas as repúblicas, todos os estudantes e até contra a UFOP. Esta é uma estratégia de desviar o foco: meu texto foi muito claro ao falar contra algumas repúblicas e explicitar que a imensa maioria dos estudantes é séria.

Segundo, que a UFOP não pagava as multas das repúblicas federais. Realmente, a atual gestão não pagou nenhuma multa, ainda que esteja sendo cobrada pelo Município, que vê o proprietário como responsável. Fui informado que outros reitores pagaram. Mais uma vez desvia-se o foco: o problema maior não é quem paga a multa, é o barulho dos baderneiros.

Ao mesmo tempo, aconteceram coisas importantes. A comunidade da Bauxita realizou ótima reunião com cerca de 150 moradores. O Reitor, o Presidente do DCE, a Fiscalização de Posturas e alguns Vereadores estavam presentes. As três Associações de Moradores indicaram as 33 repúblicas mais barulhentas; pediram mais envolvimento da PMOP, da UFOP e da Câmara no processo; e sugeriram mudanças na lei municipal do silêncio. A PMOP incumbiu-se de ampliar a fiscalização; o Reitor se colocou à disposição para ajudar; e os Vereadores já apresentaram Projeto de Lei com as mudanças sugeridas.

Após esta reunião, criou-se um Grupo de Trabalho para dar seqüência às ações. Participam a UFOP, a Câmara, a PMOP, a Associação das Repúblicas Federais, a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Ministério Público.

Este Grupo reuniu-se esta semana com o Comando da Polícia Militar e com o Promotor André Cardoso Cavalcanti, definindo ações integradas para garantir o bem estar da comunidade. Ainda esta semana haverá reunião com a Secretaria Municipal da Fazenda para estudar as multas aplicadas a algumas repúblicas.

O debate continua e é muito bom. Abraços.

**Vereador do Partido Verde*

NR: alguns estudantes estão insistindo, em comunidades on-line, que o valor econômico agregado pela comunidade estudantil justifica tolerância com a já reconhecida baderna que promovem. Como se poder econômico, independente da importância deste para o desenvolvimento da comunidade, justificasse uma conduta contrária ao bem estar social. São exatamente estes que fazem parte da banda podre citada pelo vereador, em seu primeiro artigo, pois denota a falta de envergadura moral de alguns estudantes, e tais indivíduos merecem toda a atenção da comunidade ouropretana, por não se tratarem de pessoas comprometidas com o bem-estar social e a cidadania.