Se é público, é de todos

29 de Julho de 2016
Jornal O Liberal

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O conceito de espaço público, antigamente aqui respeitado, e ainda hoje em países educados, esboroou-se ao sabor do “vale tudo”, do “salve-se quem puder” e do “eu sou mais eu”. Segundo essas posições individualistas, pessoas ocupam o espaço irregularmente, ou dele se apoderam como se parte fosse do seu próprio quintal. Antes desse fenômeno antissocial, era aquele local por onde todo e qualquer cidadão podia transitar, permanecer temporariamente, ou até estabelecer-se por tempo determinado, mediante autorização específica da autoridade pública.

Sob o império da nova situação, chega-se ao jardim, mas ali não se pode descansar ou estabelecer um bate-papo com pessoa amiga, porque o banco virou expositor de mercadorias de vendedor ambulante; segue-se pela calçada, como mandam as normas de segurança, depois que veículos ocuparam a rua, mas logo à frente há também mercadorias expostas, quando não parte de um carro a invadir o que é destinado ao pedestre.

Cumpre lembrar que só parte do carro está sobre a calçada, por que esta é insuficiente para dois pedestres, lado a lado. Não fosse isso, o carro estaria totalmente sobre a calçada, porque seu proprietário se julga dono do pedaço, ou, quiçá, do mundo! É assim a pensar que, depois de o veículo tornar-se inservível e irrecuperável, seu proprietário o abandona na rua, assim como faz com o cachorro, talvez até com um parente idoso e doente, deixado em asilo.

A ocupar espaço que seria de todos, veem-se, em pontos diversos e há algum tempo, veículos inteiros ou carcaças deles como peças decorativas do mau gosto. Compõem cenário próprio dos filmes de terror, servindo, ao mesmo tempo, como esconderijo de animais, de depósito de lixo e mesmo de substâncias ilícitas. Levantem-se, ó responsáveis! Livrem o espaço público da sucata lúgubre, se não podem limpar a mente daqueles que a produzem!

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