Selvageria Primitiva

10 de Junho de 2016
Jornal O Liberal

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A tragédia vivida por adolescente, sob a forma vil do estupro, agravado por ter sido coletivo, assume grau de estupro contra a própria sociedade que, há muito, clama por leis mais severas e coerentes com o grau da ofensa à vítima. Só numa sociedade abandonada à própria sorte tais crimes acontecem com tanta frequência e reincidência dos criminosos, chegando agora à modalidade coletiva. Não bastasse ser indefesa, a vítima é menor de idade, merecendo a proteção legal, muito mais do que se concede ao da mesma faixa etária, flagrado na prática de crime, sobre o qual não responde perante a lei.

Assanha-se a criminalidade, mais ainda a de natureza sexual, diante da falta de leis coerentes com uma política de segurança pública e de respeito à pessoa humana, sobretudo quando na condição de vítima. A barbárie contra a adolescente constitui a marca da decadência moral, em que todos mergulham, quando se deixa de denunciar ou de reclamar pelo respeito merecido. Como se não bastasse o ato ignóbil, perpetrado por uma alcateia de lobos humanos, a gangue ainda divulgou, massivamente, para escarnecer da vítima e da sociedade, enquanto se vangloriavam do feito.

Ao se levar em conta a febre das redes sociais, tanto para o bem quanto para o mal, não se duvida que a divulgação, na cabeça dos criminosos, foi o objetivo final de um pensamento machista doentio, exercendo a garota e a violência, de que foi vítima, o papel meramente intermediário, o que eleva o crime às raias da selvageria primitiva. Aguardam-se reações legais coerentes com as reações sociais!

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