Sinais dos tempos

12 de Janeiro de 2018

Jornal O Liberal

Há muito tempo, foi pro brejo o conceito de civilidade, especialmente nas ruas, onde pessoas, na maioria das vezes, comportam-se como se estivessem em seu próprio mundinho, isoladas e não em interação com as demais, ainda que isso não desejassem por mil razões, que não precisam ser enumeradas. Consideração, respeito, cortesia, boas maneiras seriam parte de um conjunto de regras, para que ninguém se sentisse aborrecido ou prejudicado em seus direitos ao circular por espaços públicos. Calçadas, ou passeios, existem para os pedestres, cujo trânsito deve fluir normalmente, tal qual deve acontecer com veículos, em suas faixas específicas; não para fazer rodinhas de bate-papo, estacionamento de veículos, ponto de comércio ambulante e extensão de estabelecimento comercial (já montam tendas). Mas, não havendo educação, normas de boa convivência tornaram-se obsoletas (“caretas” na linguagem tribal), consideração que se consolida com o uso e abuso do celular, do pirralho ao velhote, em qualquer tempo e lugar. De olhos fixos no treco eletrônico e dedos frenéticos a cavacá-lo, pessoas se atropelam nas calçadas, antes que a indústria de aplicativos crie um “piloto automático”, que lhes permita transitar às cegas, sem incomodar aos transeuntes desligados daquela coisa.