Sucessão municipal já tem nomes em campanha

08 de Fevereiro de 2012
Jornal O Liberal

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Mauro Werkema

Embora ainda sem a discussão programática, de que a cidade tanto necessita, sobretudo no momento sócio-econômico por que passa, o debate político sucessório de Ouro Preto acelera-se neste primeiro mês de 2012. E já se movimentam candidatos e partidos, em quadro que agora se desenha como mais nítido: colocam seus nomes, e já pedem votos como candidatos declarados a prefeito, o vereador Júlio Pimenta, do PPS, o médico e ex-prefeito José Leandro, do PSDB, o médico e atual vice-prefeito Dimas Dutra, do PRP, e o engenheiro e advogado Hérzio Mansur, do PT, ex-vereador e ex-presidente da Faop. Outros nomes se apresentam e trabalham nas suas faixas de atuação, como o ex-vereador e empresário Gleiser Boroni e o engenheiro Eduardo Evangelista.

Na movimentação partidária, em busca de coligações e apoiamentos, vão ocorrendo encontros e conversas: a convite do PMDB encontram-se no dia 10 próximo, no Grande Hotel, os partidos integrantes da base parlamentar de apoio à presidente Dilma, com a anunciada presença do deputado federal Saraiva Felipe, ouropretano e bem votado na cidade, nome aventado para a Prefeitura mas já descartado por ele próprio, afirmando que se encontra muito bem em Brasília e que teme as dificuldades da gestão municipal, sobretudo em Ouro Preto. Sem candidato, o PMDB municipal, por seu presidente Jaime Fortes, conversa muito, procura uma posição, tende a manter a aliança com o PT mas, por enquanto, afirma que se mantém fiel à base de apoio à Dilma Roussef.

O prefeito Angelo Oswaldo, do PMDB, inclina-se para o candidato Júlio Pimenta, mas elogia seu vice, Dimas Dutra, afirmando sua lealdade e legítima condição de candidato. Mas, se Júlio mantém frenética campanha, dia e noite, com disposição obsessiva e mais recursos, Dimas Dutra, com grande popularidade em toda a região de Cachoeira do Campo e distritos próximos, como médico generoso e presente, vem anunciando sua candidatura, mas parece que “ainda não entrou em campo”, segundo seus próprios amigos. Mantém, no entanto, com ênfase, sua palavra de que será candidato. Igualmente se posiciona como candidato o médico José Leandro, que a tradição confirma ter votos firmes, mas que sabe que só terá condições eleitorais se conseguir alianças mais amplas, capazes de ampliar sua votação.

Neste quadro, a novidade mesmo é a candidatura de Hérzio Mansur, que procura reativar o PT ouropretano, disperso e dividido por posições pessoais, sem representação na Câmara, em que pese a posição nacional do partido, o maior do Brasil, que tem a presidente da República e um das maiores bancadas parlamentares. Hérzio amplia presença e diálogo do partido, trabalha intensamente, conversa com todos, fará campanha mais moderna, voltada para o futuro e com idéias novas, aproveitando certo desencanto do eleitor ouropretano com o quadro político dos últimos 30 anos. É força nova, com posturas diferenciadas na política municipal, e procura ganhar presença e apoio pelo convencimento pessoal e uma vocação política que o motiva à disputa.

Pelo lado do eleitor, o que se espera é que a campanha adquira maior densidade programática, com propostas, idéias, projetos. Ouro Preto acumula problemas, evoluiu muito em áreas básicas como saúde, saneamento, obras públicas, turismo e cultura. Mas é grave a questão da mobilidade urbana, da modernização da Prefeitura, do planejamento municipal, da boa gestão orçamentária, do aproveitamento do seu imenso potencial turístico, para não falar na questão habitacional e no apoio aos distritos. Administrar Ouro Preto é tarefa honrosa, mas grandiosa e complexa, que exige vocação, competência e experiência, boas idéias e ousadia. É o que se espera dos candidatos.

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