Também da sacada vem enxurrada

19 de Setembro de 2011
Jornal O Liberal

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Enquanto a chuva não vem e as nascentes se vão, aos poucos, diminuindo, sinal evidente de que a água pode diminuir também nas torneiras, a razão pede, aos que a tem com fartura, parcimônia nos gastos para que não lhes falte, totalmente, lembrando-se ainda que, antes disso acontecer, outros podem estar a padecer de falta d’água. No entanto, assim como manga ao colete, falta sensibilidade à grande parte da população. Diante da grave ameaça, que para nossos semelhantes, em outros pontos, já se configura desgraça, empunhamos mangueiras para lavar pátios e calçadas ou quase transformar em barro a poeira diante das casas. Ninguém pede que se conserve o carro imundo, pois a poeira pode ser retirada por outros meios, fora o abuso da mangueira, ato insultuoso, desleal e agressivo contra os direitos de quem necessita da água e não tem porque ela se perde em favor do comodismo. A cada estiagem, pede-se cuidado nos gastos e se condenam os desperdícios, mas sempre há os que desconsideram interdependência comunitária e se colocam, egoisticamente, acima de todos. E, na desconsideração da vida em comunidade, quando o assunto é água e seu uso racional, até o direito de trânsito na via pública é enxovalhado, literalmente. A quem de casa deseja sair e, pelas ruas, transitar, ainda que chuva não esteja a cair, aconselha-se o porte de guarda-chuva ou capa impermeável, para possível e desagradável “banho” evitar. É que do alto não vem a chuva esperada, mas da sacada sobre o caminho comum dos mortais, pode vir inesperada enxurrada.

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