Telefone celular, às vezes inútil

10 de Fevereiro de 2017
Jornal O Liberal

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Não é a primeira e, a julgar pela recorrência dos vícios coletivos, outras vezes haverá que bater na mesma tecla, ainda que se saiba haverem ouvidos não sintonizados com sua frequência, o que torna a ação também recorrente e inócua como enxugar gelo. É coisa própria da cultura tupiniquim, tão arraigada quanto o vício do atraso aos eventos e compromissos, o que converte o relógio em objeto inútil, ou simples adereço levado ao pulso. Mas, se existem os que não cumprem horário, levando outras pessoas à perda de tempo, a atrasos em reuniões e outros transtornos decorrentes, pior fica para os que, simplesmente, são deixados à espera, não ao infinito porque paciência tem limite, mas o suficiente para causar aborrecimentos e eventuais prejuízos, quando o combinado envolve negócios. Neste caso, a inutilidade, ainda que temporária, fica por conta do celular, essa extensão tecnológica (cyborg?) do corpo humano. Pois bem, há caras-pálidas, ligados a dois, três ou quatro celulares, prontos para conversas inúteis, tretas e mutretas de todos os níveis, porém totalmente desligados quanto ao que, eventualmente combinam com alguém. Para contatos iniciais e agendamento de encontros de negócios, o celular é o meio, por excelência, mas em caso de finalização em data futura, corre-se o risco de ser deixado às moscas, pois o safardana pode desistir e, ao mesmo tempo, se fingir de morto; não comparece, não faz contato e nem atende a chamadas. Nesses casos, pergunta-se: para que foi inventado o telefone celular?

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