Um lugar chamado Gólgota

09 de Dezembro de 2016
Geraldo Gomes

Geraldo Gomes

A crucificação de criminosos era uma prática rotineira em Israel nos tempos de Cristo, dois mil anos atrás. Todo aquele que fosse considerado escória da sociedade devido aos seus infames delitos era crucificado publicamente para sua humilhação, e também para servir de exemplo à sociedade local. Em Jerusalém havia um lugar destinado às execuções: uma pequena elevação de rochas calcárias, ao lado das antigas muralhas, denominada Gólgota ou lugar da caveira. Quem vai a Jerusalém, ainda hoje pode passar por este lugar e visualizar esta formação rochosa que vista de certa distância lembra ao observador o formato da frente de um crânio humano. Daí o nome. Um geólogo certamente explicaria, se fosse solicitado fazê-lo, que aquele formato singular da rocha foi causado pela lixiviação natural das águas das chuvas ao longo de períodos geológicos. Mas esta não é uma informação importante para este contexto. O importante aqui é lembrar que é neste lugar onde o Senhor Jesus foi crucificado pelos pecados de todos. Ele que não praticou pecado algum foi morto na cruz do Gólgota para propiciar a salvação para todo aquele que n'Ele crê. É onde o Cordeiro de Deus foi imolado para propiciar salvação à todos os pecadores.

No Gólgota muitas pessoas foram crucificadas antes daquele dia em que Jesus passou pelo sacrifício da cruz; muitas foram crucificadas, também, depois daquele dia. Aquele dia, porém, em que Jesus subiu ao Gólgota ficou na história como um dia muito especial: o dia em que foi imolado o Filho de Deus. Não sabiam o que faziam, como disse Jesus. O Evangelho de Lucas informa que naquele dia foram simultaneamente com Ele para o sacrifício dois sentenciados à morte de cruz por serem criminosos (Lc 23:32). Isto aconteceu para se cumprir a palavra do Profeta Isaías que, profetizando sobre Jesus dissera: Com os malfeitores foi contado (Is 53:12). A Palavra de Deus sempre se cumpre, pois Ele não é homem para mentir e nem se arrepender do que diz.

Os dois malfeitores foram crucificados ao lado de Jesus. Um a sua esquerda e outro à sua direita. Este episódio tem um significado de vital importância para a humanidade dividida entre aqueles que já aceitaram os ensinamentos de Jesus em suas vidas e aqueles que continuam renitentes, em rebeldia contra Deus. A falta de fé de uns, o desinteresse, a apatia e o ateísmo de outros de forma alguma invalida a importância da cruz de Cristo nem o projeto de Deus para salvação do pecador. Diz o Evangelista Lucas em seu evangelho que um dos malfeitores que estavam na cruz ao lado de Jesus blasfemava, e, em sua revolta O agredia com palavras dizendo insultos: Você não é o Cristo? Porque não salva a si mesmo e a nós também? Porém o outro criminoso o repreendia dizendo: Você não teme a Deus, nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo isto pelo nossos atos, mas este homem não cometeu nenhum mal. E, completando dissera: Jesus lembra-te de mim quando entrares no teu Reino. Esta foi uma oração de um homem afligido. Curta e eficaz, pois Jesus sempre atende a quem a Ele implora com fé em situações de aflição. Jesus lhe respondeu: Eu lhe garanto, hoje mesmo estarás comigo no Paraíso. Este foi salvo porque Jesus garantiu. Somente Jesus pode garantir a alguém a salvação pois Ele foi o único enviado pelo Pai para ser o Redentor e salvador da humanidade. A obra redentora de Cristo consumou-se ali no Gólgota, no momento em que Ele disse: tudo está consumado. Momento em que deu o último suspiro.

Estes acontecimentos no Gólgota dizem muito sobre o que acontece no mundo de hoje. As pessoas estão divididas entre aquelas que consideram Jesus o Filho de Deus, entregue por Este para a remissão do pecador, e outras que insensatamente desprezam Jesus e enveredam-se por caminhos de rebeldia contra Deus, caminhos de perdição eterna. Só em Jesus Cristo há salvação. Atitudes antagônicas como aquelas dos dois malfeitores ao lado de Cristo os destinaram um para a salvação eterna e outro para a perdição, também eterna, porque a morte sela para sempre o destino do homem. Ao homem está destinado morrer uma só vez, vindo após isto o juízo (Hb 9:27). Não existem salas de espera para entrar no céu, nem para o inferno. Como a morte sela o destino de todos, fica claro que enquanto está viva, toda pessoa tem chance de tomar a decisão correta de seguir os ensinamentos de Cristo e agir como aquele malfeitor que se humilhou, reconheceu as suas faltas, arrependeu-se e foi salvo. Não porque ele era um bom ladrão. Não existem bons ladrões. Todos os ladrões são como os corruptos e os corruptores que assaltam o povo. Ele foi salvo pelo amor que Cristo tem a todos os homens, indistintamente. Amor este que O levou a morrer na cruz para propiciar a todos o meio de salvação.

A sociedade continua dividida em duas partes no que se refere aos efeitos dos acontecimentos do Gólgota. Tal como os dois malfeitores que tomaram rumos diferentes em função das atitudes escolhidas, o homem de hoje tem a mesma oportunidade de escolha: pode escolher viver segundo os preceitos ensinados por Jesus, ou pode manter-se rebelde até o fim e perder a salvação oferecida de graça por Cristo. Jesus morreu no Gólgota e foi levado por José de Arimatéia ao sepulcro que não pôde retê-lo, pois Ele ressuscitou ao terceiro dia. Três dias e três noites ficara no seio da terra como profetizara. Ressuscitou e está vivo, à disposição para ouvir as orações de todos aqueles que n'Ele crer. Jesus foi o único que ressuscitou, portanto é o único que pode ouvir os pedidos das pessoas, pois está vivo à direita do Pai. Quem ora a Jesus está se comunicando diretamente com Deus, pois Ele ensinou: Eu e o Pai somos um. Quem vê a mim, vê o Pai. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Este é um mistério que só compreende quem já passou pelo Gólgota com Cristo, fazendo, pelo arrependimento de seus pecados, morrer o velho homem, e, nascer de novo com Cristo para uma nova vida.

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