Um país sem excelências e mordomias

09 de Dezembro de 2016
João de Carvalho

João de Carvalho

A LEI é para todos. Esta é a norma constitucional, porque todos são iguais perante a regra normativa do Estado democrático de direito. Entretanto, há, conforme prova a operação Lava Jato muitos e notáveis brasileiros e autoridades ministeriais, coliados com chefes e donos de empreiteiras, que roubaram, abertamente, dos cofres públicos e de nossa maior empresa que é a Petrobrás. São tantos os elementos (deputados, senadores, ministros, empresários, etc.) envolvidos que enxovalham o nome do Brasil. Tomo como padrão de alto exemplo para os nossos representantes, eleitos para defender a democracia e o povo que os elegeu (mas, que não correspondem com seu trabalho de proteger o povo e seus legítimos interesses), em pleitos livres e democráticos, a admirável nação chamada Suécia. Esta sim sabe lidar e exigir o cumprimento exato dos deveres de seus legítimos representantes. Senão, vejamos, alguns tópicos do livro “Um País sem Excelências e Mordomias”, escrito pela jornalista Cláudia Wallin, expressos também em entrevista a Luciano Trigo:

“A SUÉCIA não oferece luxo ou privilégio aos seus políticos, ao contrário do Brasil. Parlamentares suecos vão de ônibus para o trabalho, e viram manchete de jornal quando se atrevem a pegar um taxi com o dinheiro do contribuinte. Vivem em apartamentos funcionais que chegam a ter dezoito metros quadrados, e onde não há comodidades como: máquina de escrever – as lavanderias são comunitárias... Nenhum deputado sueco tem direito a pensão vitalícia, plano de saúde privado, nem imunidade parlamentar. Nenhum político sueco tem o privilégio fabuloso de aumentar o próprio salário.

Parlamentares suecos trabalham em gabinetes de cerca de quinze metros quadrados, e não têm direito a secretária, assessor nem motorista particular.

Vereadores suecos não recebem sequer salário, e não têm direito a gabinete – trabalham em casa. Na concepção sueca sistemas que concedem privilégios e regalias aos políticos são perigosos. Porque transformam políticos em uma espécie de classe superior, que não sabe como vivem os cidadãos comuns.

Dessa maneira, conforme sublinham vários políticos suecos, cria-se uma distância entre o povo e seus representantes, o que por sua vez gera um sentimento de desconfiança e descrença da população em relação aos políticos. Existe uma clara consciência aqui (na Suécia) de que os políticos são eleitos para servir e não para serem servidos”.

EM CONCLUSÃO: Longe estamos de nos aproximar do povo sueco, sem combater duramente os desvios de comportamento público de nossos representantes nos poderes Legislativos, Executivos e Judiciários, sem ação de vigilância ininterrupta de todos os eleitores. Sem que haja uma educação aprimorada através de nossas escolas. A participação política é imprescindível, mas tem que ser qualificada e submissa aos interesses do povo. O investimento em educação de qualidade, formando-se pessoas esclarecidas e de senso crítico do sistema político-governamental. Para tanto é preciso que se mudem a mentalidade, a sensibilidade, a educação da mocidade pela responsável participação política. Talvez, seja este um dos caminhos! “À medida em que o Brasil avançar em suas políticas de educação e inclusão social, certamente vai estar formando uma sociedade mais consciente a respeito da importância da política e também mais exigente em relação aos seus representantes políticos”.

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