A agonia de uma rua sem infraestrutura

Ouro Preto,
14 de Julho de 2011

Desde o início da urbanização da Rua Sagrada Família, em Cachoeira do Campo, há mais de 10 anos moradores convivem com uma realidade marcada pela poeira excessiva, falta de esgoto tratado e promessas.

A Rua Sagrada Família, centro do distrito de Cachoeira do Campo, empreende desde o seu loteamento no início da década de 90, uma verdadeira luta em prol de melhorias. Com a chegada, no início, de alguns serviços essenciais, como água e iluminação pública, não previram as atuais dores de cabeça que cerca de 30 famílias enfrentam por causa do convívio diuturno com fossas nos quintais, falta de drenagem pluvial e o excesso de terra que jorra poeira e cascalho.

Os mais antigos na localidade atestam o problema. “O saneamento básico sempre foi muito precário e, se não bastasse, não podemos deixar as janelas de nossa casa aberta e roupas secando no varal. A poeira é um tormento que parece que não acaba mais”, diz inconformado João Lúcio Assunção. Ele salienta que há anos lidera campanha para sensibilizar as autoridades do município. “Já levamos nossas reivindicações aos órgãos competentes, a exemplo das reuniões ordinárias e itinerante da Câmara de Ouro Preto, mas infelizmente nada de concreto foi feito. Queremos um tratamento digno do poder público”.

Outro morador, Reinaldo Ferreira, destaca que as reivindicações são preteridas pelas administrações. Segundo ele, uma das desculpas recebidas seria a de que a área é de domínio particular. “Como é particular se pagamos os tributos pertinentes como qualquer morador de via pública e, além disso, somos comumente procurados durante as eleições para recebermos promessas? Entre e sai o governo e nossas reivindicações são as mesmas de sempre”, destaca Ferreira, para quem a rua representa uma via de utilidade pública, já que é rota alternativa aos distritos de Glaura, São Bartolomeu, Soares e a outros bairros de Cachoeira do Campo.

De acordo com os moradores, cada um faz sua parte para deixar a rua com melhores condições, realizam a capina e tapam os buracos. “Pelo fato de não contarmos com uma drenagem pluvial, durante as chuvas os cascalhos se espalham, tirando o sossego dos moradores da parte de baixo. Além disso, como contribuintes merecemos uma iluminação pública de qualidade”, constata José Geraldo Ferreira. Outra luta dos moradores compreende o reparo de passeio na Rua Tombadouro, a implantação de coletores de lixo reciclável e de ponto de ônibus no bairro São Cristovão, visando facilitar o deslocamento dos munícipes até a sede, e vice-versa.

Em agosto de 2011, Câmara de Ouro Preto chegou a sugerir a inclusão do calçamento e da rede esgoto no Orçamento Participativo, mas segundo os moradores a proposta não vingou. Para agravar a situação, a Secretaria Municipal de Obras e o Semae não prevêem tão cedo a execução de melhorias. Segundo informação, a obra para a implantação da rede de esgoto “seria de um valor alto, visto que englobaria um projeto envolvendo rede de esgoto no bairro Dionísio, onde desaguaria, e a implantação de um interceptor de esgoto no córrego local para que fosse lançado no rio Maracujá”. De acordo com o Semae “para Cachoeira do Campo há um projeto de saneamento básico que contempla a bacia do Maracujá, incluindo as redes de esgoto nos bairros, mas se está em processo de arrecadação de recursos”.

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