Natureza da região pede socorro

Ouro Preto,
19 de Setembro de 2011

Serra da Santa, Parque do Itacolomy e Córrego Seco estão entre áreas intensamente atingidas pelas chamas da atual estiagem. Dados do Corpo de Bombeiros de Ouro Preto apontam que a maioria dos incêndios tem origem criminosa

As queimadas e a fumaça excessiva se tornaram uma cena trivial na região. O período de seca, a baixa umidade relativa do ar e, sobretudo, a falta de conscientização têm provocado inúmeros incêndios que entrecortam as belas paisagens da região e atingem povoamentos, encostas, áreas de preservação ambiental, animais silvestres, além de abarrotar as unidades de saúde ante os problemas respiratórios. Segundo dados do Corpo de Bombeiros de Ouro Preto, 96% dos focos são provocados pela ação humana, ou seja, muitos se originam de uma conduta criminosa.

Apenas nas últimas semanas, os bombeiros registraram 107 incêndios em Ouro Preto, 49 em Mariana e 5 em Itabirito. Não entram nessa estatística os mutirões de brigadistas, brigadas das mineradoras, trabalho de voluntários e agentes de combate. A Serra da Santa, o Córrego Seco, em Itabirito, e o Parque Estadual do Itacolomy arderam em chamas e estão sob alerta. Nesse último, um trabalho exaustivo sob o comando da equipe de brigadistas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente permitiu debelar as chamas.

O tenente do Corpo de Bombeiros, Roberto Otacílio Dutra, chama a atenção para a atual estiagem. Ela, por sua vez, acaba por contribuir, oportunamente, com a prática delituosa. “Infelizmente, nossas reservas florestais têm sido alvo da ação covarde e insensata de pirômanos. Muitos aproveitam a época para atearem fogo nas matas que, por conseguinte, prolifera-se por outras áreas. Nesses incêndios, árvores são totalmente consumidas pelo poder das chamas, destruindo a fauna e flora, nascentes de água, sem direito a quaisquer tipos de defesa da natureza. Atos covardes e homicidas contra a mãe natureza nos envergonham a cada dia e devem ser combalidos pela população e pelas autoridades”, considera o tenente Dutra.

O panorama encontrado na região vai ao encontro da situação das queimadas no Estado. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), Minas recebeu o triste título de campeão nacional dos focos de incêndio em setembro. Até o último domingo, 11, o instituto registrou 2.845 focos em todo o Estado, 54% mais que no mesmo período do ano passado. Um dos piores incêndios destrói, há semanas, a Serra do Caraça, localizada em Catas Altas, cerca de 40 km de Mariana.

Dicas do Corpo de Bombeiros para uma parceria saudável com o meio ambiente

1 - Não atire cigarros ou fósforos acesos às margens das rodovias e estradas vicinais;
2 - Se ela realmente for necessária, não deixe na área a ser queimada objetos que possam produzir poluição tóxica;
3 - Ao fazer aceiros, faça isolamento entre a área a ser queimada e aquelas que devam ficar protegidas do fogo; mantenha equipes de pessoas em condições de debelar focos de incêndio que atinjam às áreas que não devam ser queimadas;
4 - Não faça queimadas próximo à rede elétrica;
5 - Não acenda fogueiras se não puder vigiá-las permanentemente até à queima total;
6 - Se o foco de incêndio for pequeno, pode ser eliminado com água ou por abafamento;
7 - Cuidado ao manusear líquidos inflamáveis, como álcool e gasolina, nunca utilizando-os para iniciar uma fogueira;
8 - LEMBRE-SE: povocar incêndio em mata ou floresta é crime ambiental, sujeito à pena de reclusão de dois a quatro anos, e multa;
9 - Avise ao Corpo de Bombeiros ao tomar conhecimento de um incêndio não controlado. Ligue para o 193.

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